A “vítima” coloca-se em posição de superioridade em relação ao “agressor”, desta forma, o culpado não havendo como reparar o mal que causou pode afastar-se por tamanha dívida e o resultado disso são pessoas em permanente emaranho.
O ato de “perdoar” também funciona como substituto para um confronto necessário. Com isso, apenas se encobre e adia o conflito, em vez de resolvê-lo.
Os efeitos do “perdão” são especialmente nocivos quando a vítima absolve o agressor de sua culpa, como se tivesse o direito de fazê-lo. Para que aconteça uma VERDADEIRA RECONCILIAÇÃO, a “vítima” tem não somente o direito, mas também o dever de exigir reparação e compensação, e o “agressor” tem não apenas o dever de assumir as consequências de seus atos, mas também o direito de fazê-lo.
No entanto, existe um modo bom de REEQUILIBRAR A RELAÇÃO, que preserva a dignidade tanto da “vítima” quanto a do “agressor”. Este meio é chamado corretamente de COMPENSAÇÃO e ele requer tanto que a vítima exija uma reparação que não seja exagerada e desmedida, impedindo assim que possa haver uma compensação, quanto que o “agressor” se disponha a entregar e entregue algo que lhe custe e que seja capaz de reparar a ofensa.
Sem tal compensação, não existe reconciliação.