Costumo atender muitos casais com dificuldades no relacionamento, que estão por anos juntos, com ou sem filhos, que passam por dificuldades e sentem que chegou ao final, mas eles não conseguem se separar. Não conseguem sair de uma relação que tem causado mais tristezas do que alegrias. Isso, muitas vezes tem a ver com uma questão de Pertencimento.
Quando falamos em uma relação de casal, estamos falando em uma relação que gera vínculo, e não podemos deixar de lado as questões de alegria e dor, culpa e inocência. Você sente inocência quando sente que fez algo bom para o relacionamento e, sente culpa quando sente que fez algo que não era tão bom. Às vezes, você sente inocência quando te fizeram algum mal e assim, faz um mal proporcional, que equilibra a balança e faz com que você se sinta tranquilo.
Quando você vive um relacionamento com o intuito de construir uma família, de ser para o resto da vida, na alegria e na tristeza, principalmente nos casamentos religiosos, é muito difícil você fazer uma escolha diferente do que foi prometido. Mesmo que seja um caminho que vai te trazer mais felicidade. A promessa pesa.
Eu não digo em um atendimento se esse casal deve ou não ficar junto. Através do atendimento sistêmico, busca-se perceber, identificar, compreender e liberar o que esta por trás das dificuldades e conflitos, quais dinâmicas existem na relação do casal. Procuro sempre levar o casal para um olhar de percepção se ainda há amor e vontade de ficarem juntos. Se há amor e desejo de continuarem juntos, essa balança de troca pode ser reequilibrada e um novo lugar onde essa relação possa acontecer de forma saudável é encontrado. Mas se não existe amor ele pode estar preso em algum emaranhamento familiar ou cumprindo algum destino que não é o dele, então ele consegue, de forma mais tranquila, se separar, porque através da percepção sistêmica, ele tira a criança interior da frente das decisões.
Sempre que você coloca a sua criança interior pra tomar decisões sobre coisas de adulto como: relacionamentos, negócios, dinheiro…etc encontra a fórmula do fracasso, do sofrimento e do trauma.