Ter filhos não pode ser olhado como um direito. Os filhos são a consequência do amor entre um casal, um sim para a vida, mesmo que tenha vindo de um breve encontro. Quando se opta pela adoção, isso deve ser feito para o bem da criança e não para satisfazer um desejo do casal. Quando acontece algo assim, onde não se fez sequer uma tentativa de localizar o pai, avós, tios ou tias, quanto mais de reconhecer-lhe algum direito ou responsabilidade, paga-se caro com isso. A mulher sacrifica seu casamento pela criança. Paga-se com um parceiro ou com um filho próprio. Pode existir, por exemplo, a situação em que um casal adota levianamente uma criança e, quando a mulher engravida, ocorre naturalmente um aborto.
Esta pode ser uma forma de expiar pela adoção. Ou ainda pode ser que um filho próprio morra ou se suicide, como expiação. Só quando realmente não há mais ninguém da família é que outras pessoas podem ser levadas em consideração. Só então a adoção é correta e tem grandeza; fora disso, não. Quando essa criança cresce, poderá se vingar de seus pais adotivos — e com razão —, pelo fato de a terem tirado de seu próprio pai e de seu grupo familiar. Você já viveu essa experiência?