Assim como eu, você também vive em uma Hierarquia Familiar. Esta hierarquia informa e revela que quem veio depois (nasceu depois, chegou depois), não deve tentar reparar algo por alguém que veio antes. Ocorre que contrário a isso, de forma inconsciente, somos tomados por uma força maior que nos chama a atenção para uma situação que não foi resolvida nas gerações passadas. Isso acontece, por exemplo, quando um relacionamento do passado teve seu término sem o devido respeito, um filho não foi reconhecido, uma criança dada em adoção, um familiar que foi banido por maus costumes, uma morte trágica e por aí vai. Sem que possamos escolher, tomamos para nós a missão de fazer que este assunto seja visto e honrado, incluindo quem for necessário de volta ao sistema, reparando quem aguarda reconhecimento, incluindo quem foi excluído.
“Sempre que acontece um desenvolvimento trágico numa família, uma pessoa em posição posterior violou a hierarquia, arrogando-se o que pertence a pessoas em posição anterior. (…) Por exemplo, quando um filho tenta expiar por seus pais ou carregar em lugar deles as consequências de suas culpas, incorre numa presunção. Mas a criança não se dá conta disso porque está agindo por amor. Não ouve nenhuma voz em sua consciência prevenindo-a contra isso. Daí decorre que “todos os heróis trágicos são cegos”. Pensam que estão fazendo algo de bom e grande, mas essa convicção não os protege da ruína. (…) A criança não pode defender-se contra tal presunção, pois é levada a ela por amor e na melhor das intenções. Só na idade adulta, quando chega à razão, é que pode livrar-se das amarras dessa presunção e retomar o lugar que lhe compete. Mas abandonar essa posição é difícil para a criança porque então, de repente, terá de apoiar-se apenas em seus próprios pés, recomeçando bem de baixo e construindo apenas no que é seu. Aí ela fica em contato com seu centro; no lugar que se arrogou fica descentrada e alienada de si mesma.” Bert Hellinger.
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